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23 de junho de 2009

Curso na Santa Casa - Rio de Janeiro

II Simpósio de Psicanálise de Niterói

O II Simpósio de Psicanálise de Niterói já está com a data marcada. O evento acontecerá no dia 14 de novembro, sábado, a partir das 9 hs.
O nosso tema central é a Sexualidade. Estão todos convidados a participar ou enviar trabalhos para serem apresentados.

As inscrições já estão abertas!

........................................Clique na imagem para ampliar.

Informações:
Fernanda Pimentel - (21)8853-6697
Flávia Albuquerque - (21)9792-8362
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22 de junho de 2009

NY, 1969 - SP, 2009: aos 40 anos do movimento gay, repressão persiste

Aos 40 anos do movimento gay, repressão resiste e homoterrorismo avança. Por que e até quando?

1969, Stonewall, Nova York. 2009, atentado com bomba na Parada Gay em São Paulo. Após sucessivas batidas policiais com humilhação e prisão no Bar Stonewall, reduto gay do Greenwich Village em NY, os homossexuais reagiram e se rebelaram contra a polícia; a rebelião ganhou o apoio dos passantes e os policiais recuaram.
É o marco histórico do início do movimento de emancipação e liberação dos homossexuais e do combate à homofobia. No ano seguinte, deu-se a primeira Parada Gay. Em São Paulo, além da bomba atirada numa sacola do alto de um prédio, outras agressões deixaram rapazes feridos. Um deles morreu. Aos 40 anos de Stonewall, ataques como o de São Paulo estão além da homofobia. São atos de homoterrorismo. Apesar das transformações nos costumes e leis e da maior liberdade de expressão da opção sexual, prevalece, mundo afora, a repressão através de atos de guerra. No Brasil, o número de assassinatos de homossexuais aumentou 55% em 2008 em relação ao ano anterior, revela a pesquisa anual sobre crimes com motivação homofóbica, do Grupo Gay da Bahia (GGB).
Como se explica o homoterrorismo? Como a homofobia, termo que designa medo, se transforma em ódio? Por um lado, podemos pensar a partir da lógica da exclusão do diferente e situar o homossexual ao lado do negro e do judeu, vítimas de discriminação e intolerância (o triângulo gay era cor-de-rosa nos campos de concentração) e também, como se tem visto, aqueles que frequentam religiões “fora da norma”, como a Umbanda, alvos de agressões em seus templos. As mulheres, acrescente- se, continuam a ser discriminadas.
Essa norma mítica, que se confunde com o “normal”, é a do “branco, masculino, jovem, heterossexual, cristão, financeiramente seguro e magro” (cf. Dollimore). O homossexual provoca o imaginário de um gozo outro, tão diferente, e ao mesmo tempo tão semelhante. Para a consciência da norma, é melhor qualificá-lo de pervertido, não-confiável, pois um gozo periférico, daí ser perigoso. Como disse Arnaldo Jabor, os gays “ (...) sempre foram uma fonte de angústia, pois atrapalham nosso sossego, nossa identidade ‘clara’. O gay é duplo, é dois, o viado tem algo de centauro, de ameaçador para a unicidade do desejo... o gay sério inquieta... o gay de terno, o gay forte, o gay caubói são muito próximos de nós (...).”
Ao responder a uma mãe extremamente preocupada com a homossexualidade de seu filho, Sigmund Freud (que assinara uma petição pela descriminalização da homossexualidade) aponta, em 1935, que não é nenhuma desvantagem, nem vantagem, “não é motivo de vergonha, não é uma degradação, não é um vício e não pode ser considerada uma doença”. Apesar disso, só em 1973 a American Psychiatric Association (APA) deixou de classificar a homossexualidade como doença. E depois que ativistas gays, por duas vezes (1970 e 1971), invadiram seu encontro anual. A psicanálise, na mesma direção, se opõe à pedagogia dodesejo, pois esta é uma falácia.
Não se pode educar a pulsão sexual, desviá-la para acomodá-la aos ideais da sociedade. A pulsão segue os caminhos traçados pelo inconsciente, individual e singular. A pulsão não é louca: obedece à lógica de uma lei simbólica a que todos estamos submetidos.

................................................Parada Gay, SP - 2009


Para a psicanálise, o interesse exclusivo de um homem por uma mulher também merece esclarecimento. A investigação psicanalítica, diz Freud em seu texto premiado sobre Leonardo da Vinci, opõe-se à tentativa de separar os homossexuais dos outros seres como um “grupo de índole singular”, pois “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e que de fato a consumaram no inconsciente”. Ou seja, a bissexualidade é constitutiva de todos, seja a escolha homossexual praticada ou não. O complexo de Édipo, que cai no esquecimento, comporta também a ligação libidinal do filho para com o pai e da menina para com a mãe, além das ligações do filho com a mãe e da filha com o pai. Assim, o número de homossexuais que se proclamam como tais, diz Freud, “não é nada em comparação com os homossexuais latentes”. Há uma diversidade enorme na homossexualidade tanto na praticada quanto na latente e sublimada. Devemos falar, portanto, de “homossexualidades”.
As sexualidades são tantas quanto existem os sujeitos, determinadas pelas fantasias de cada um. A questão que se coloca nesse episódio de terror é como cada um lida com sua homossexualidade (patente ou latente) que se materializa nas amizades, nas relações entre parentes do mesmo sexo e em todo ajuntamento social.
Segundo Freud, a libido homossexual é o cimento dos grupos e da massa, assim como a raiz dos ideais subjetivos de cada um se encontra em seu narcisismo (do amor por si mesmo e até a auto-estima). O “amar aos outros como a si mesmo” tem claramente fundamento homo (igual) erótico.
A aceitação da homossexualidade do outro se encontra na dependência de como o sujeito lida com a sua própria. Quanto mais ele a rejeita em si mesmo, menos saberá lidar com ela, podendo fazer desse outro um objeto de ódio, de agressões e até de assassinato. Dentro de uma cultura machista e falocêntrica (existe no ocidente alguma que não o seja?) parece mais fácil para a mulher lidar com sua homossexualidade do que o homem. Não é à toa que o lipstick lesbian virou moda entre as meninas. O que está longe de ser o caso para os meninos que cedo, muitas vezes na escola, aprendem a prática do homoterrorismo. A aceitação do outro como sexuado, diferente e independente, podendo fazer suas próprias escolhas de gozo sem ter que se desculpar, é um índice de civilização. O contrário é a barbárie.

ANTONIO QUINET é psicanalista e doutor em filosofia.

Fonte: http://oglobo.globo.com

Ainda dá tempo!


O primeiro dia do curso foi um sucesso! Agradeço a participação de todos!
No próximo encontro (dia 27 de agosto) trabalharemos os artigos A Dinâmica da Transferência e Observações Sobre o Amor Transferencial.

PARTICIPE!

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"Nunca chegamos aos pensamentos. São eles que vêm."

Heidegger
(1889-1976)
"A Experiência do Pensamento"

Café Reflexivo


.Conheça o novo espaço de debates em Niterói, o Café Reflexivo.
Essa primeira proposta está voltada para questões concernentes à infânica e à adolescência, trabalhadas a partir da psicanálise.
Além de ser gratuito será uma ótima oportunidade para mães, pais e educadores ampliarem suas reflexões sobre os temas propostos
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Os 100 anos do Pequeno Hans

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......Herbert Graf já adulto, reconhecido pelo seu trabalho como Produtor de Ópera

Herbert Graf nasceu em 1903, mas Hans nasceu em 1909 ano da publicação do texto de Freud Análise de uma Fobia em um Menino de Cinco anos.

A Diretoria de Biblioteca da EBP Rio convida para a mesa redonda de comemoração dos 100 anos de Hans com a participação de Maria Inês Lamy e Paulo Vidal.

A mesa acontece hoje, às 21h.