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17 de janeiro de 2014

Entrevista com Jorge Forbes

Forbes sempre fala da contemporaneidade com muita precisão!
Aqui, na entrevista "Felicidade é responsabilidade pessoal e intransferível", ele fala sobre temas que sempre nos interessam: desamparo, solidão, amor e felicidade.




"Felicidade é responsabilidade pessoal e intransferível"



O psicanalista e médico psiquiatra Jorge Forbes sempre defende que buscar alguém para suprir as carências emocionais é assinar um atestado de infelicidade permanente. "Só pode estar junto aquele que pode estar separado. A felicidade é uma responsabilidade pessoal e intransferível". Segundo ele, a primeira coisa que é necessário saber é que a felicidade amorosa não tem garantia. "Todo amor é um contrato de risco que mantém os parceiros sempre alertas". Doutor em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Psicanálise pela Universidade Paris VIII e doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), Forbes é um dos principais introdutores do ensino de Jacques Lacan no Brasil, de quem frequentou os seminários em Paris, de 1976 a 1981. Teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral, e atualmente preside o Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA). Recentemente, ganhou o prêmio Jabuti com o livro Inconsciente e Responsabilidade - Psicanálise do Século XXI, em que estuda as mudanças necessárias a uma psicanálise para os tempos pós-modernos, além do Édipo. Para Forbes, estamos vivendo uma nova forma de amor, que ele define como o amor da pós-modernidade. "As pessoas estão com as outras porque querem, não mais por obrigação ou necessidade".

Apesar das conquistas femininas e de as pessoas atualmente serem muito mais independentes econômica e intelectualmente, percebe-se que homens e mulheres ainda buscam na relação o seu ideal de felicidade. Por que?

Mas será que vamos pensar que a única razão para que as pessoas estivessem juntas seria a dependência econômica ou intelectual? Isso é desacreditar de vez no amor ou achar que amor é tema menor e piegas. Não vejo assim. É exatamente porque diminuímos as dependências que fica mais evidenciado o difícil que é a vida sem alguém...

Leia tudo aqui.


Fernanda Pimentel é psicanalista, tem mestrado em Psicanálise pela UERJ  e pesquisa sobre a psicanálise na atualidade e a clínica contemporânea.
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.

Doentes e transtornadas ou mimadas e mal criadas?

Excelente texto do psicanalista Contardo Calligaris, postado hoje em sua coluna na Folha de S.Paulo. O autor questiona não só o diagnóstico do TDAH, mas também o uso de medicação, e fala da importância de investimentos a longo prazo.


Crianças transtornadas ou mimadas?

Nas áreas urbanas do mundo ocidental, entre 8 e 10% das crianças do primeiro ciclo são diagnosticadas com TDA/H (Transtorno do Déficit de Atenção —com ou sem Hiperatividade). O que significa, grosso modo, que elas não conseguem focar, são constantemente distraídas e, quando hiperativas, não param de se movimentar.
Sabe aquelas crianças que, na hora de ler ou estudar, são atormentadas por coceiras irresistíveis, rolam de um lado para o outro da cama, batucam, acham que a camiseta está apertada ou que é urgente abrir a janela (ou fechá-la)? Pois é, essas mesmo.
Elas atrapalham a classe inteira, exasperando pais e professores. E, de fato, o transtorno é, antes de mais nada, uma queixa dos adultos, os quais, às vezes, pedem que médicos, psicólogos e pedagogos façam "alguma coisa" —pelo amor de Deus.
Mas não só os adultos pagam a conta: as crianças com déficit de atenção e hiperativas não aprendem a metade do que aprenderiam se ficassem sentadas e focadas. Várias experiências mostram que só é possível combinar pensamento (ou aprendizado) com agitação física à condição de ser um pensador (ou um aluno) medíocre.
Alguns dizem que tudo isso acontece porque não sabemos mais disciplinar nossas crianças. Não queremos correr o risco de contrariá-las e de perder seu amor e, com isso, somos absurdamente permissivos; logo, insatisfeitos com nossa própria permissividade, tentamos corrigi-la com erupções de severidade descabida. Essa alternância piora a tensão e a agitação física e mental das crianças.
Enfim, diante do TDA/H, três estratégias possíveis...

Leia o texto completo.

Fernanda Pimentel é psicanalista, tem mestrado em Psicanálise pela UERJ  e pesquisa sobre a psicanálise na atualidade e a clínica contemporânea.
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.