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16 de julho de 2009

Mostra Interativa

Vi no site da Mente&Cérebro:

Um jeito divertido de descobrir o cérebro


Mostra interativa dividida em sete seções chega a São Paulo; simuladores e atividades multimídia ajudam a compreender o funcionamento neurológico

Nos últimos anos, desvendar as inúmeras funções do órgão mais complexo do corpo humano se tornou tarefa primordial de vários importantes centros de estudos de várias partes do mundo. É o caso do National Institutes of Health, da The Society for Neuroscience e do The Dana Alliance for Brain Initiatives, instituições que desenvolveram a exposição Cérebro – o mundo dentro da sua cabeça, concebida pelo conferencista da Universidade da Califórnia, o Ph.D. Peter Radetsky. A mostra fica em cartaz no prédio da Bienal de São Paulo de 7 de agosto a 29 de novembro. O objetivo não é só o de apresentar informações, mas também desmistificar crenças, instigar a formulação de questões e tornar divertida a compreensão das formas de funcionamento da linguagem, percepção, aprendizagem, memória, consciência, autopercepção, plasticidade neuronal, sonhos e outros temas.


A exposição revela por meio de jogos, simuladores e atividades multimídia curiosidades sobre o órgão de menos de 1 quilo e meio, em um organismo adulto, que guarda características únicas de uma pessoa. A mostra é dividida em sete seções. Em “Seu cérebro dinâmico” é possível ver sua constante atividade, as mudanças pelas quais passa e as diferenças entre as diversas espécies. Na seção “Tempestade elétrica” o visitante embarca em uma espaçonave para descobrir as atividades eletromagnéticas, sua função na conexão entre neurônios e participação em reflexos, autônomos e de equilíbrio. Na terceira seção, “Ligado”, o visitante aprende como a dinâmica cerebral se estabelece ainda no útero, influindo em aspectos de saúde e personalidade. “Um buraco na cabeça” mostra relatos de mitos sobre o cérebro e um histórico da construção do conhecimento sobre o funcionamento do órgão pela “dissecção anatômica” de algumas de suas partes. “O cérebro vivo” oferece atividades em que se usam os sentidos e a simulação de sensações para descobrir, na prática, o que faz o cérebro adoecer – e como mantê-lo saudável. Já “Mistérios da mente” revela como o sistema nervoso interpreta e responde aos estímulos externos. Finalmente, em “Próximos passos”, o visitante tem acesso a publicações educativas sobre patologias e distúrbios. O evento é trazido ao Brasil por Stephanie Mayyorkis e produzido pela Evergreen Exhibitions em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Mental, o Instituto Nacional de Abuso de Drogas e o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame.

Cérebro – O mundo dentro da sua cabeça.
Parque do Ibirapuera. Prédio da Bienal, Porão das Artes. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/no, Portão 3, Ibirapuera, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3883-9090. Serviço educativo: terça a sexta-feira, 9h, 10h30, 13h30 e 15h. Sábados às 9h e 10h30. De 7 de agosto a 29 de novembro.
Informações: atendimento@divertecultural.com.br; www.divertecultural.com.br

Sintomas da atualidade em curta metragens

Artigo do Glogo.com conta como os 'sintomas contemporâneos' influenciaram o Anima Mundi - festival de curta metragens em animação.

Anima Mundi traz filmes com síndromes do dia a dia

Pânico, rejeição, entre outras síndromes são os temas tratados nos filmes de animação na edição deste ano do Anima Mundi, um dos maiores festivais do mundo, que acontece no Rio de Janeiro.

Estamos diante de um homem num ataque de síndrome do pânico. O curta de animação dos Estados Unidos fala dos sintomas e das possibilidades de controle da doença.

Osmar é a primeira fatia do pão de forma, descartada por todos. “Eu sempre me lembro que sou uma fatia de pão desprezível”. E esse complexo de rejeição é tratado com muito humor no filme brasileiro.

A mania compulsiva da infância, de caminhar contando até dez, se estende a fase adulta e é o assunto do filme Dix, uma co-produção da França e da Inglaterra.

Ate o próximo sábado (18) o público no Rio vai poder conferir 400 filmes de animação de 40 países.

As doenças emocionais predominaram entre os temas dos filmes inscritos para o Anima Mundi deste ano. E ao discutir esses distúrbios vem a dúvida: será que o número de casos aumentou ou simplesmente hoje é possível ter um diagnóstico mais fiel e falar abertamente sobre esses problemas?

“Eu tenho mania de arrumar os livros. Tem que estar tudo em ordem, simétrico. A gente vai ficando estressado e vai criando rotinas para tentar se tranquilizar. Aí acaba ficando neurótico”, brinca o professor Paulo Marins.

Uma psiquiatra explica que as doenças podem ser provocadas pelo stress da vida urbana que inclui violência, desemprego, drogas. E expor esses problemas num filme de animação ajuda a quebrar preconceitos.

“A diferença entre antigamente e hoje em dia é que hoje as pessoas, embora tenham o sofrimento da doença, não tenham mais o sofrimento do estigma”, explica a psiquiatra Fátima Vasconcellos.

Clique aqui e veja o vídeo da matéria.
Estou procurando estes curtas comentados para baixar e assim que encontrar, compartilho com vocês...

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti
http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp

Livro


Catherine Millet é uma crítica de arte respeitada na Europa. Foi curadora da Documenta de Kassel, uma das principais mostras de arte do mundo, e fundadora da revista "Art Press", referência da produção artística contemporânea. Em 2001, aos 53 anos, ela publicou na França um best-seller (mais de 2,5 milhões de exemplares em 47 países) que provocou escândalo, "A Vida Sexual de Catherine M"., agora reeditado no Brasil pela Agir (240 págs., R$ 19,90). Nele, a crítica não falava de arte, mas de suas inúmeras experiências sexuais , algumas com vários homens numa mesma noite.

Aproveitando sua passagem pela 7.a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a Agir decidiu publicar o contraponto de seu polêmico livro, "A Outra Vida de Catherine M " (tradução de Hortencia Santos Lencastre, 200 págs., R$ 39,90), escrito aos 60 anos, relato de uma crise de ciúme do marido, ela que teve tantas aventuras eróticas como Casanova. Sobre essa virada moral, Catherine Millet conversou com a psicanalista Maria Rita Kehl no último dia da Flip, domingo, revelando incomum coragem de expor publicamente suas contradições.

Quem não foi a Paraty tem agora outra oportunidade de ouvir a crítica falar de seu novo livro, que será lançado quarta-feira (8), a partir das 19h30, na Livraria da Vila (R. Fradique Coutinho, 915, tel. 3814-5811, Vila Madalena). Desta vez, a conversa com seus leitores será mediada pela professora de estética e literatura Eliane Robert Moraes. Assim, o diálogo deverá tomar outro rumo daquele mantido na Flip com a psicanalista Maria Rita Kehl. Ela evitou fazer psicanálise em público, mas Catherine não teria se importado. Falou de sua sexualidade desenfreada e suas fantasias com liberdade, embora não com muita paixão - o que permite concluir, após a leitura de "A Vida Sexual de Catherine M.", haver algo errado nessa maratona sexual sem vínculo sentimental.




Em seu novo livro, "A Outra Vida de Catherine M." (em francês, "Jour de Souffrance") ela conta como descobriu a traição do marido, o escritor e fotógrafo Jacques Henric, vasculhando sua escrivaninha e encontrando uma foto de sua amante. O livro é a confissão dessa mulher atingida em seu orgulho, sem saber como lidar com a contradição de ser sexualmente livre e assumir ao mesmo tempo uma posição moral conservadora. Catherine conclui, em sua conversa na Flip, que se vê como uma espécie de replicante de si mesma. Seu olhar interno aponta para um lado e o externo para outro. Ou seja, é como se a crítica de arte estivesse observando uma orgia sem participar dela - daí que a masturbação, para ela, é muito mais libertadora, no sentido de lhe permitir quebrar tabus e "imaginar cenas que nunca poderia viver na realidade".

O exercício literário para achar "le mot juste", a palavra exata que definiria essas sensações, virou obsessão. Sua interlocutora na Flip perguntou, então, se escrever não seria, para ela, uma espécie de cura, uma rejeição aos clichês do romanesco . "Não sei", respondeu. "Estou escrevendo para me livrar de mim mesma, para apagar algo da memória".

Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=199983


14 de julho de 2009

Corpo

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"Sobre o próprio corpo se encontram o estigma dos acontecimentos passados, do mesmo modo que dele nascem os desejos, os desfalecimentos e os erros.
Nele também se atam, e de repente se exprimem.
Mas nele também se desatam, entram em luta, se apagam uns aos outros e continuam seu insuperável conflito"

Foucault